6.12.08

Crítica Musical Online

A internet é vasta e há espaço para todos, por isso o Amplifika é cheio de concorrentes. Vamos transformá-los num prato cheio para discutir a crítica musical na web.

Metacritic

Para começar, um dos casos mais interessantes é o Metacritic, um site cujo objetivo é solucionar o problema da amplitude de opiniões na internet. O site não oferece críticas próprias, mas sim uma ferramenta de busca de críticas em diversos sites e uma nota média. Mostra um belo apanhado para fins comparativos.

Amazon

Amazon é o famoso site de compras, mas se destaca também como o maior centralizador no mundo de críticas por usuários. Nos EUA, a comunidade de comentadores é utilizada com tanta intensidade quanto o orkut é usado por aqui.

Pitchfork, TheMilkFactory
Estes são dois grandes exemplos de publicações que pertencem apenas ao tempo da internet. Começaram como sites pequenos e surgiram no momento certo, no começo da década, e determinaram grande parte dos hypes do cenário independente.

Last.fm, Rate Your Music
Estes são sistemas de comparação automática entre os gostos musicais dos usuários. Esta seria uma forma de substituir a crítica por um gráfico que mostra tudo o que seus amigos estão ouvindo, e as decisões e os gostos musicais ficariam livres para sempre da parcialidade. Claro que não acontece, mas todos que se julgam donos de fino paladar gostam de mostrar suas predileções, o que garante o sucesso das plataformas.

The Guardian, Wired
Estes são dois exemplos de publicações não-especializadas que oferecem todo seu acervo de críticas para a web. Parabéns, vocês são um bom exemplo!

Blissblog
, rockcritics, Radiola Urbana, Vitrola
Estes são exemplos do pior modelo de negócios da internet: falar opiniões da boca para fora, sem correr nenhum risco de duvidarem de você. A triste consequência é um layout feio e atualizações escassas.

5.12.08

Independência ou moda?

O cenário de música indie no Brasil e no mundo vem crescendo cada dia mais. As bandas que não possuem contrato com grandes (ou pequenas) gravadoras e, por isso, não produzem em larga escala, acabam sendo responsáveis por todo o processo de produção e divulgação do próprio trabalho. Com a ascensão da pirataria, a disponibilização de músicas para baixar na internet, além da utilização da própria web, como meio principal de divulgação, o movimento independente está ganhando voz e visibilidade no mercado fonográfico.


Diferente dos artistas dessa maré libertária, as gravadoras só pensam em três coisas: lucrar, lucrar e lucrar. Ela estuda o que está em alta e aplica nas bandas contratadas. Por exemplo, se franjinha caída no olho, bracelete preto de pinos e all-star xadrez estiver na moda, é assim que as bandas vão se vestir. Se o povo quer ouvir choradeiras e xurumelas, é isso que as bandas vão tocar. É lógica matemática. Isso explica porquê tanta banda parecida surge no mundo e explica as mudanças no estilo do artista, quando o contrato é assinado (como é o caso da cantora Avril Lavigne, que cantava country e depois do contrato passou a contar pop teen).



As gravadoras criam modelos, padrões, modinhas. Os indies lutam contra essa corrente. Eles querem, como o nome já diz, independência musical, de criação, de estilo. Eles podem até não atingir o número de pessoas que as bandas de gravadora atingem, ou não vender a quantidade de CD que essas bandinhas vendem, mas por uma simples questão mercadológica. Hoje em dia, eles não precisam nem da divulgação massiva de uma grande empresa, porque (duh!) já existe a internet e que, como a Mallu Magalhães pode provar, funciona, realmente! A mulher vende música que nem água e já emplacou matérias em vários grandes veículos. Confira na Folha de S. Paulo, no Estadão, na Época, e na Abril Digital.

Profetizando um tanto, as gravadoras estão com os dias contados! Ser indie é a mais nova tendência mundial!

Os tiozões do pop

De longe e com a barriga coberta, até que eles não parecem tão mal.
Deu na Folha Online que os Backstreet Boys estão de volta! E isso não é tudo! Eles já estão com show marcado no Brasil para o delírio das fãs que acompanharam o grupo (hoje, já bem crescidinhas. ou nem tanto, porque eu ainda tô na flor da idade).

A notícia foi curta e grossa. "Desde então, os Backstreet Boys cresceram e constituíram família, gravaram projetos solo e debutaram na Broadway", disse a Folha. Chamou o grupo de tiozão, mesmo! Mas, não é mentira! Na época que eu ouvia os mocinhos, há uns 5, 7 anos atrás (isso tudo??) eles já eram bem mais velhos que eu (claro! Era justamente por isso que eu idolatrava cada um). E olha que eu já passei dos 20!

Isso me lembra quando minha mãe dizia que o Tony Ramos já foi galã. Inimagináve! Se esses caras me aparecerem pansudos, gorditos e velhotes, como é que eu vou dizer uma coisa dessas pra minha (futura) filha??? Nan! Não aceito! Eles podiam continuar cuidando de seus filhotes e de suas esposas, permanecendo gostosinhos na nossa lembrança! Sou a favor das bandas saberem a hora certa de parar!

E olha que eu já fui fãzinha dos tiozões!

4.12.08

Grammy Awards 2009

Olha o Grammy ae, imitando o logo do Amplifika. Tsc tsc tsc. Ilusões a parte, vamos ao que interessa!
O Estadão Online divulgou no início da tarde desta quinta-feira (04/12/2008) a lista com os indicados ao Grammy Awards, o chamado “Oscar da Música”. A notícia aí era essa lista, aparentemente copiada do site do Grammy e colada no site do Estadão. Excelente trabalho de apuração do repórter. Vamos, então, fazer o que ele não fez: comentar essa lista, criticamente, e mostrar um pouco mais sobre os artistas mais citados.

Primeiramente, veja a tal lista dos indicados. Pois bem, nas principais categorias, como mostra o Estadão, alguns artistas merecem destaque (por coincidência ou não, são os que possuem o maior número de indicações):

Adele tem apenas 20 anos (chocada! Minha idade!) e um álbum nas costas, mas já conseguiu se tornar a queridinha dos britânicos. Com uma voz forte e imponente, mas músicas suaves, melódicas e bem compostas, ela dominou o topo das paradas no Reino Unido, apenas um mês depois de ter lançado seu disco de estréia, o “19”. Ela aparece em categorias como “Melhor gravação”, “Música do ano” e “Melhor performance pop feminina”, com “Chasing Pavements” (música e clipe tão ou mais meigos quanto a própria Adele) e “Melhor artista revelação”, ao lado de Jonas Brothers e Duffy, entre outros. Cá pra nós, sem chance para os concorrentes.

O Coldplay dispensa apresentações. A banda inglesa foi a segunda mais indicada ao prêmio ( perdendo para o rapper Lil Wayne, com 8 indicações), disputando em 7 categorias: “Álbum do Ano”, “Canção do ano”, “Letra do ano”, “Melhor Interpretação de grupo”, “Melhor Canção de Rock”, “Melhor Álbum de Rock” e “Melhor canção Rock”. Os mocinhos estão realmente bem este ano: de acordo com a Folha de S.Paulo, o disco “Viva La Vida” foi o mais vendido de 2008, na loja virtual do iTunes. No histórico do Grammy, eles já têm quatro vitórias, com promessa de aumentarem este número em fevereiro do ano que vem, quando o Grammy está marcado para acontecer.

Na categoria “Álbum do ano” o Coldplay disputa com o rapper recordista de indicações desta edição da premiação, Lil Wayne, com o disco “Tha Carter III”, álbum que mais vendeu no mundo, em 2008 (segundo o Terra, mais de um milhão de cópias em uma semana) . O rapper domina a premiação, até então, concorrendo pelos títulos de “Melhor performance de Rap”, “Melhor Performance Rap em grupo ou dupla” (nesta, com duas indicações), “Melhor Rap/Colaboração”, “Melhor canção de rap” (também com duas indicações), “Melhor Álbum de Rap”, além do “Melhor álbum do ano”. O artista ainda não ganhou na história do Grammy, mas, indubitavelmente, tem muitas chances.

Depois dos dois maiores indicados, vêm o Kanye West, Ne-Yo e Jay-Z, com seis indicações; Radiohead, John Mayer, Alison Krauss, Robert Plant e Jazmine Sullivan com cinco; e Adele, Danger Mouse, T.I, Eagles, Lupe Fiasco, George Strait, com quatro.
A 51ª edição do Grammy acontece dia 8 de fevereiro do próximo ano, em Los Angeles. Aposte suas fichas e torça pelos seus favoritos! E se você não tiver preferências, confere o desfile de moda, as poses para os flashes e todo o glamour passarelístico do tapete vermelho!

Música e "A Vida de David Gale"

Num filme, nada é por acaso. Todas as cenas são pensadas. Quando se trata de trilha sonora, então... O cinema combina três artes em uma só: é artes plásticas, porque é visual; é cênico porque trata de pessoas atuando; e é musical porque...bem..se utiliza de música. Nos filmes mudos, a música dava o tom, era com a música que se tinha como saber as nuances de emoções das personagens. O filme falado tirou um pouco dessa importância da música, mas, mesmo assim.. o que seria daquela cena de morte se não fosse o ta-da-da-daaaa (o que seria dos filmes do Tarantino se não fosse as trilhas sonoras absurdamente subvertidas que ele escolhe?)

O filme em questão é.. A vida de David Gale do inglês Allan Parker. Parker, acostumado a dirigir filmes com críticas politizadas, como O Expresso da Meia Noite , conseguiu unir o político ao hollywoodiano quando colocou, lado a lado, a crítica à pena de morte (já existente em filmes dos anos 30 de Fritz Lang) e o suspense da descoberta. David Gale (Kevin Spacey) é um professor universitário, que está no corredor da morte por ter sido acusado de matar e estuprar uma colega, Constance (Laura Linney). Um detalhe: os dois fazem parte de uma Associação que luta contra a pena de morte! Elizabeth Bloom (Kate Winslet) é uma jornalista, que consegue entrevistar Gale enquanto este está preso. Bloom começa a investigar sobre o caso de Gale, e descobre que este é "inocente", e que foi criada a morte, apenas para que ele mostrasse que o Estado mata sem razão. Ele morreu sem ter ,efetivamente, cometido o crime ao qual foi acusado.

Mas, sobre crimes, castigos, punições e tudo mais, você pode entrar nos links que tem aí do lado, porque cada blog desses vai ter um texto sobre esse filme. O meu enfoque, e o enfoque do Amplifika é a música! Na cena final, toca uma ópera. Uma das personagens, desculpe-me não me lembro o nome, está num teatro, assistindo a uma belíssima ópera.

Trata-se de Turandot, de Puccini, o mesmo criador da famosa Madame Butterfly. Mas não é qualquer cena da ópera, é a cena em que Liú se mata. Uma das cenas mais bonitas e, ao mesmo tempo, trágicas da ópera.Uma pequena passagem para que vocês saibam de que que raios estou falando: Turandot é uma ópera que conta a história da Princesa Turandot, filha do Imperador Altum da China.

Ela odeia todos os homens, e jura que jamais se entregará a nenhum deles; isto devido a um fato ocorrido na família imperial que a traumatizou para sempre: o estupro e assassinato da princesa Lo-u-Ling, quando os tártaros invadiram e conquistaram a China. Seu pai, porém, exige que ela se case, por razões dinásticas, e para respeitar as tradições chinesas. A princesa concorda; porém, com uma condição: ela proporá três enigmas a todos os candidatos, que arriscarão a própria cabeça se não acertarem todos os três, e somente se casará com aquele que decifrar todas as três duríssimas charadas. A crueldade e frieza da princesa não fazem mais do que atiçar a paixão do Príncipe Desconhecido, filho do deposto rei dos tártaros, que decide arriscar a própria vida para conseguir a mão da orgulhosa princesa.

Mas, onde entra Liú na história, você me pergunta. Bem, Liú é uma serva do rei Timur, pai do Príncipe Desconhecido. Ela é apaixonada pelo príncipe, e completamente devota a ele. Quando o Príncipe consegue responder às três questões de Turandarot, esta ainda não quer casar com ele. O Príncipe, então, dá um desafio a princesa: diz que não quer se casar com ela a força, e dá um dia para que ela descubra e acerte qual é o seu nome; se ela o fizer, ele desiste da idéia de casar e ainda dá sua cabeça aos carrascos.

A princesa, maluca de desespero para responder corretamente ao desafio, começa a procurar qual é o nome do Príncipe.Vasculha com os soldados por toda Pequim, e nada acha. De repente, alguém se lembra de que viu o jovem príncipe em companhia de Liù e do velho. Turandot ordena que Liù seja torturada, até que revele o nome do príncipe; ela morre sem dizer uma palavra .

É aí, que entra o filme, amigos e amigas. A cena final de A vida de David Gale, conta com a aria que Liú cantou antes de morrer. Com a sua agonia de morte e toda essa aura de sacríficio que ronda o fim de Liú. Visto assim, dá para se fazer um ótimo paralelo entre o sacríficio de Liú e o de Constance (bem como o de David Gale).

Todos eles morreram em favor de um ideal. Enquanto o de Liú era o sentimento que nutria pelo Príncipe, o de Constance e o de Gale era o desejo de Justiça, o desejo de mudar as coisas. Ora, a vida de Liú não iria ser perfeita nunca, pois ela sabia que nunca teria aquele que mais amava; a vida de Constance já estava no fim, a de David Gale também, tinha acabado de perder a mulher, os filhos e quase, o emprego. Nenhum dos três tinha nada a perder. Nenhum dos três se resignou a um poder maior, um poder do Estado: na ópera é a figura da Princesa Tundarot; no filme, à Justiça.Eles não ligavam para a própria vida, importavam-se mais com os ideais para qual lutavam.

Outra ligação que podemos fazer entre a ópera e o filme, é com a personagem de Liú e a repórter. O momento de libertação da repórter culmina no fim da ária de Liú, culmina com o momento de libertação da escrava. Apenas morta ela poderia ser feliz, pois sabia que, morta, tinha protegido aquele que mais amava, o Príncipe.

Sim, ladys and gentleman, nada em um filme é colocado de maneira inocente!

Os Donos do Pedaço

Diagramação que de tão hypada é confusa pacas, críticas tão falaciosas quanto este post, e um fetiche por listas, rankings e indicações. O que faz a Rolling Stone ser o que é hoje na cobertura musical é a autoridade que adquiriu na área. A gente pode criticar, detonar e esculhambar, mas não fazemos o trabalho que ela faz. Não que seja uma premonição de que "depois da RS não haverá nada melhor", mas se houver, será completamente baseado no projeto da revista, ainda que seja um anti-RS. Ela mostrou como fazer jornalismo musical e propagar a cultura pop no mundo.




Essa passividade do leitor em assimilar o que a RS prega é mais culpa do próprio leitor do que uma imposição da revista. É o que se chama de "delegação do saber". O leitor da Rolling Stone (aquele que sente que entende pouco de bossa nova...) admite que não sabe tanto quanto os profissionais da revista e aceita o que lhe é indicado. Para Philippe Breton e Perelman essa delegação costuma vir carregada de uma série de argumentos contra, pois defendem a idéia do discurso de autoridade vir carregado de valores coercitivos.



Então, se ela falou, tá falado?


Não é bem assim, fofa (o)! Acontece que com a quantidade de informação pululando no dia-a-dia e na tela do PC, é preciso selecionar o conteúdo com o que gastamos um tempo precioso, ou seja, nesse caso a RS falou: merece atenção. E isso é tão evidente que a revista, inclusive, costuma a pautar o restante do jornalismo... Mais conhecido no vocabulário redacional como chupinhar (ou seria xupinhar?): as revistas brasileiras de cobertura musical chupinham (xupinham) as idéias da RS (nacional, mas principalmente internacional) para reproduzi-las em suas próprias revistas, adaptando ao formato e púlbico-alvo de cada uma.


Então, ainda que você não seja fã da RS, vale dar uma olhadinha na próxima edição e ver se a sua revista favorita faz alguma coisa que a RS já faz. A partir daí, você vai conseguir entender um pouquinho do porquê esse grupo escolheu essa revista, além de falar de Britney e colocar Madonna na capa... O que por si só já é incrível, convenhamos!






BEIJO, ME DESLIGO DA RS!!

A mídia dita o que o público ouve ou o que o público ouve dita o que a mídia escreve?

Quando o assunto é música e cobertura jornalística, a dúvida (no título) fica no ar. Foi lendo uma matéria no site da Rolling Stone Brasil, sobre o Grammy Awards que resolvi pensar melhor sobre o assunto. O título dizia: “Coldplay tem sete indicações ao Grammy”. Abaixo, a linha fina afirmava: “Banda de Cris Martin está atrás do rapper Lil Wayne (foto), com oito indicações”. Se Lil Wayne ganhou mais indicações, por que foi a banda inglesa que ganhou mais destaque?

Falando um pouco melhor sobre cada artista e suas realizações neste ano, Lil Wayne é cantor de rap, natural dos Estados Unidos e foi o artista que vendeu mais disco em 2008, com o álbum “Tha Carter III”. Além desse feito, ele recebeu o prêmio de Melhor Artista de Hip-Hop/Rap do Mundo no World Music Awards, também este ano. Os caras do Coldplay lançaram o álbum Viva la Vida, quarto disco da carreira do grupo, e apesar de terem vendido milhares de cópias, Wayne vendeu mais.

Mas não é esse artista que interessa a revista. Ela não quer saber do artista que o mundo mais ouve, mas aquele que mais interessa aos seus leitores. Sim! A RS é uma revista elitista e seu público não escuta Rap. Como um processo de retroalimentação, a RS não escreve sobre rap, porque seu público não escuta rap e seu público não escuta rap, nem nunca vai escutar, porque a RS não escreve sobre rap.

Acho que jornalista tem que trazer novidade ao leitor, não falar somente sobre aquela banda que seu público já conhece! Mas, nesse caso particular, a Roling Stone pecou pela parcialidade explícita. O título falava sobre o Coldplay, mas o primeiro parágrafo falava sobre o Lil, assim como o segundo. Os rockeiros só foram citados novamente no terceiro parágrafo e muito brevemente.

Analisando as mesmas matérias, em diferentes publicações como o Estadão Online, a Agência Reuters e a Folha de S. Paulo, a gente vê que dá pra ser menos parcial, mesmo tendo que seguir a linha editorial e respeitar aquilo que leitor quer saber.

3.12.08

Fugir para o circo e sentir, sentir e sentir

Tá, fiquei assustada agora. Essa entrevista foi quase tão nonsense quanto aquela da Gretchen.

Mallu Magalhães deu a entrevista à Época São Paulo quando “tinha acabado de chegar da escola”, enquanto “comia sua merenda com Toddynho”. Toddynho tá fazendo mal pras criancinhas.

Atentem:


"As pessoas que não dão chance ao coração perdem as coisas. Elas se deixam enganar pelo medo de serem enganadas. A gente não pode ter esse medo. Ser enganado nem sempre é ruim. Eu, pessoalmente, me deixo ser enganada."

(a criança filosofa em torno de sentimentos)


Você sai pra dançar?
"Dentro de mim, lógico."

(q/)


"Não sabia, mas agora vejo como eu fazia coisas que não queria. Eu não queria mais ficar ali, queria coisas muito acima. Mas não me culpo por isso, era uma criança, uma iniciante de vida – ainda sou. A gente é uma eterna renovação."

"Eu era uma criança triste. Ou melhor, era uma criança feliz dentro de uma vida de criança. Mas quando você se torna adulto e tem que continuar em uma vida de criança, você não se torna uma criança feliz, mas um adulto infeliz. E é muito difícil lidar com isso. Será que se pode ser um adulto feliz? Talvez. Acho que o mundo é completamente talvez."

"E quando você consegue entregar o coração, chega à liberdade."

(e faz muita poesia bonita)



( do Te Dou Um Dado?)


"Eu sempre quis fugir com o circo, mas nunca pude fugir."

"É, entrar em um ônibus e fugir com o circo. Queria poder pintar, fazer os cenários, as roupas, colocar o coração deles ali."

"Eu nunca pensei que fosse ser artista. Achei que fosse ser veterinária ou assistente social. Ou motorista de ambulância."

"É muito bom chegar perto das pessoas que você admira. Por isso eu sempre quis ser jornalista. Queria fugir com o circo para entrevistar as pessoas na viagem."

(coerência, não trabajamos)


"Nasci num contexto e não posso relutar contra ele – ainda que dentro de mim eu relute."

"Eu não queria estudar, não queria fazer parte da classe social na qual nasci, por exemplo. Se pudesse optar, estaria vivendo de outro modo. Queria poder morar no meu apartamento, eu sozinha, um gato e meu devido amante."
(ui)


"Mas para compor, nada mais bonito do que a auto-aceitação de mudar."

"Se você muda você mesmo, você já muda as coisas. E as coisas são as suas coisas."

"Eu falo um monte de coisas da boca pra fora e, depois de um tempo, vejo que aquilo era exatamente o que eu devia ter falado. Era da boca pra dentro."

(q/)²

"Passei dias e noites refletindo – e eu não sou disso, prefiro gastar esse tempo sentindo."

"O mais legal de tudo foi que ele conseguiu tirar o que estava na minha cabeça e eu não sabia dizer. Era isso que eu queria e nunca soube. É muito amor saindo por aquelas teclinhas."

(a criança sente)


"Independente da idade, eu sou uma artista."

"Se eu fosse uma menina do rock, meio mano, líder da banda, seria mais fácil alguém me dizer, por exemplo, que não gosta do meu jeito de gritar."

"Várias gravadoras grandes – inclusive todas – me chamaram para conversar. Mas nenhuma ofereceu uma proposta que eu pensasse que poderia realmente ser bom para o artístico Mallu Magalhães."

(e a criança acha que pode)


Perturbou um pouco.

2.12.08

Hipopótamo Zine


Apesar do desenho ser do Nando Reis, o blog em questão não é sobre música. O destaque não é para o formato ou para o conteúdo, em si, mas para a idéia: abordar um “famoso” (não é preciso ser uma celebrity, mas conhecido ou admirado naquilo que faz), pedir para que ele desenhe um hipopótamo e então contar a história do desenho e da reação dos “desenhistas” para os leitores. Original, simples e, muitas vezes, surpreendente.

Como a música está em toda parte e o blog do Hipopótamo também, falemos sobre os posts que trazem algo de musical aos seus leitores: Você imaginaria que o hipopótamo do Nando Reis seria assim, tão simpático? Você poderia imaginar como seria um hipopótamo desenhado pelos cantores Jorge Mautner, Max de Castro e Amado Batista? Diferenças musicais a parte, o desenho de cada artista é simplesmente incrível, mesmo com a aparente falta de talento para o desenho, por parte de alguns. Mas, não é sobre isso que queremos falar. O legal dos posts é que, através do rabisco, o trabalho do profissional é difundido. Tenho certeza que os curiosos e freqüentadores do blog que nunca ouviram falar dos artistas vão dar um jeito de conhecer suas músicas, já que eles têm um desenho postado no blog do Stéfano (inventor, dono, produtor e divulgador do Hipo).

Entre músicos, desenhistas, cartoonistas, apresentadores de TV, políticos, diretores, artistas plásticos e pessoas não categorizadas, há hipopótamos de todos os tipos, tamanhos, formatos, jeitos e aspectos. Cláudia B., freqüentadora do blog, comenta que “dá pra saber muito sobre uma pessoa pelo hipopótamo que ela desenha”. O do Geraldo Alckmin, por exemplo, parece não ter cabeça. Mas essa é apensa uma possível interpretação.

Apesar de não ter sido pensado como canal de divulgação para outros trabalhos em sua idéia inicial, este é o destino de tamanha originalidade. Em breve, os músicos / atores / diretores e todos do mundo que quiserem divulgar o seu trabalho vão torcer pra poder desenhar um hipopótamo e ter suas idéias difundidas aos leitores do blog.
Obs.: Não reparem no tamanho da minha positividade. Ela é pouca perto da criatividade apresentada no Hipopótamo Zine.

Quem será o próximo a desenhar o simpático (ou não) bichinho?

28.11.08

Overdose de Britney

Demos uma olhadinha nas capas em que a queridiiinha apareceu, bem... Cá está a retrospectiva:


[sons do post: Womanizer // Break the Ice // Overprotected ]



Essa é a capa de abril de 1999. Britney fazia sucesso com "Baby, one more time".Ela tava no auge dos seus 17 aninhos (!!!), e esta capa foi um verdadeiro furor! Acharam sexy demais, acharam ousada demais... E, eu digo, acho a capa demais! Ela segura um telefone E um Teletubbie!! A chamada fala de um "sonho adolescente"
A blogueira de gosto assaz duvidável deste blog achou uma grande semelhança entre esta capa e uma cena do filme "Beleza Americana", que , coincidentemente, ganhou o Oscar de Melhor Filme nesse mesmo ano.
A cor dessa capa é predominantemente rosa, mas o que chama atenção mesmo é o sutiã preto dela. Tem um quê de inocência, e muito de sex-appeal!
Todos os caminhos de olhar levam à Britney! Ela era a sensação, e de todas as capas que ela apareceu, esta é uma das melhores! Tem um ar de novidade... Ai Britney, que saudades!





Essa capa é de maio de 2000. Britney aparece como uma autêntica queridinha da América. Ela veste a bandeira, ela simboliza os ideais dos EUA. A chamada ajuda a aumentar esse espírito político, e parafrasea o Tio Sam "Want You for the Army" daqueles cartazes do exército. Seria legal se ela tivesse apontando para gente na capa, mas nem sempre eles usam a referência de manira completa!
A cara de Britney acompanha a idéia da capa anterior: inocente e sexy.
Para aqueles que ficaram devaneando nas terras da memória, nessa época Britney tinha acabado de lançar "Oops... I did it again" , e tinha vendido mais que água barata em Tim Festival (ou em Rock in Rio, já que estamos no passado)!
E, novamente, temos o olhar desviado para o top de Britney. Toda a capa, incluindo a posição do corpo dela, faz com que circulemos o olhar e voltemos para ela. O poder de Britney emanava, mais que o da bandeira norte-americana.É puro lusho, poder, riqueza e sedução, babe!




De todas, a capa de setembro de 2001 é a mais sem graça. Britney estava para lançar Britney, o álbum que tem aquela que foi a música-da-virada, quando ela cansou de ser uma menininha, e passou a ser a femme fatale-britney-dançante-com-uma-piton-no-ombro-no-VMA! Acredito que essa capa não conseguiu captar o momento de Britney, embora a declaração dela tenha sido bastante bombástica dizendo para que parassem de lhe tratar como uma menininha.
Britney já tinha 19 anos quando fez essa capa, tentava dar um grito de liberdade.
Graficamente falando, é bem fraca. O olhar incide sobre o umbigo dela, ou melhor, sobre o piercing, e se dispersa pela capa. Não volta mais para ela... Seria uma premonição dos dark days de Britney que a RS fazia?!

[PS: Britney tava magra, neah?!]





Ainda em 2001, mas em novembro. Britney apareceu novamente na capa, dessa vez para aparecer um pouco mais suave e ...sensual. Bem, acredito que a pose não tenha favorecido em muito a princesinha do pop. Sem contar que, desculpa terei que comentar isso, por que, RAIOS, o tamanho do peito dela aumenta/diminui cada capa que a gente vê? Sério, dá uma olhada nas capas acima, e compara. Se vc for homem sei que o trabalho fica bem mais fácil. Nessa capa, são eles que chamam a atenção do primeiro olhar. Mas, como a de cima, o olhar se perde. E nem podemos ver, direito, o olhar suplicante de Britney para que a gente a deixe em paz.
O olhar dela está bem no tom de "Im not a girl, not yet a woman", música que foi lançada com o álbum Britney.
Acho que em 2001 a Rolling Stone tava com a mão fraca para fazer capas, isso sim! Vide a capa que fizeram da Jen Anniston, que G-ZUS APAGA A LUZ, tá muito ruim!!





Man, essa capa é muito hot! Ela é de outubro de 2003. Antes de falar da capa, falemos da vida de Britney Spears. Até 2002 ela mantinha a imagem de garota-virgem. Foi quando, no meio deste ano, algo aconteceu: ela terminou com Justin Timberlake (momento em que a blogueira-forrozeira do Amplifika suspira longamente). Começaram as farpas, e ele deixou "escapar" que a Britney não era virgem ... Bem, foi então que ela chutou o pau da barraca. Não precisava mais fazer uma imagem de santinha mesmo, e com o perdão da expressão ...tocou o puteiro. Saiu de férias, e voltou com In the Zone, álbum que continha músicas como Toxic e... Me against the music, em parceria de Madonna.
A parceria foi comentada por todo mundo, era a rainha do pop passando o bastão para Britney! E, essa passagem foi literalmente selada, com um beijo entre as duas na apresentação do VMA 2003. Por isso essa pose safadinha de Britney nessa capa!
Com toda certeza esta é a capa mais sexy que Britney fez, e uma das mais bonitas também. Nela tem um movimento, e o olhar fica preso no corpo de Britney!"She is not that innocent!"





Bem, quando você chega ao topo o que te resta é decair. A capa da edição de fevereiro de 2008 mostrou uma Britney diferente daquelas outras. A chamada de capa também aponta para isso: Britney Spears: por dentro de uma tragédia americana. Nooossa! Que mudança enorme! Também, 5 anos se passaram desde a última capa. Nesse meio tempo Britney casou em Vegas, descasou em um dia; se casou com um dançarino, teve dois filhos, se separou desse dançarino. Começou a andar com Paris Hilton, foi pra balada sem calcinha, atacou paparazzis.. Enfim, tocou o puteiro geral. Tanto que acabou perdendo a guarda dos dois filhos E o poder de mexer nas próprias contas. Britney tava no fundo do poço, bem lá, enterrada na lama e no lodo e na...bem..vcs já entendem em oq mais ela tava enterrada. Por isso essa capa não tem nada de sexy, nada de viva, é apenas ...o rosto de uma tragédia! Está até em P&B, for God Sakes!!!







E ela ressurge, linda, fina e feminina das cinzas, de cinza. Na capa da RS deste mês! Sim, Britney aparentemente voltou. E com um jeito mais maduro. Pudera, ela está no auge dos seus 26 aninhos (quase 27...) De todas, esta é a capa que parece ser mais natural. Em que a roupa não parece forçada, nem a pose muito....posada.
O ponto mais visível desta capa, não é mais o corpo de Britney embora ele chame bastante atenção, o primeiro olhar da capa vai para o sorriso dela!
Outra coisa que quero me ater é à chamada : "Yes she can!", eles parafrasearam o slogan de campanha de Obama, o presidente-eleito-pop-rock-and-roll dos EUA.
Sim, meninos e meninas, ela pode! E muito!!





Sobre rock e anedotas

Folhateen 2/04/07 – “O rock fala – Maroon 5, Linkin Park, Kaiser Chiefs e Chris Cornell ”

Desta vez o caderno jovem da Folha já tenta ser mais democrático, dando espaço para 4 bandas ou artistas diferentes que estavam prestes a lançar um álbum novo. Para cada um há um textinho de apresentação, uma entrevista, uma foto e um quadro de curiosidade. Isso deveria ocupar uma página para cada um, mas o espaço não é dividido assim tão igualitariamente. Chris Cornell é o que tem menos, e Linkin Park o que tem mais espaço. Depois a entrevista continua em outra página, exceto a do Kaiser Chiefs, que termina antes. Apesar disso, é a entrevista mais completa de todas.

adoooooro britânicos de terno

O quadro da matéria de Chris Cornell apresenta as músicas dele em suas várias fases (nas diferentes bandas de que ele fez parte) que precisamos ouvir. A do Linkin Park traz números relacionados à banda e a do Kaiser Chiefs vem com uma lista de outras bandas do mesmo estilo que também iam lançar cd na época. Poderia ter algo mais a ver com a banda, mas não deixou de ser útil. Já o do Maroon 5 traz os nomes das namoradas famosas do vocalista. Mais ou menos dizendo: “oi, a música deles não é tão importante assim, então vamos às fofocas”.

As perguntas foram apropriadas, abordando como havia sido o processo de gravação do novo álbum, o que se podia esperar do trabalho e alguma coisa interessante sobre a banda. Elas permitiram fazer algo que é um dos objetivos da Rolling Stone – levar ao processo de trabalho de artista e permitir que eles exponham quem são.

Mesmo quem não conhece as bandas poderia gostar das matérias. Apenas a do Linkin Park foi muito específica, focando nas mudanças que a banda sofreu com o tempo.

A do Kaiser Chiefs ainda explorou o fato de Liam Gallagher (do Oasis) ter dito certa vez que o KC eram um “Blur piorado” para falar da divertida lenda de que se os irmãos Gallagher rogam praga pra cima de um grupo, ele dá certo. Matérias sobre artistas, principalmente músicos, geralmente ficam bem mais interessantes quando se adiciona alguma anedota bacana.

Brit na RS!

Brit está realmente de volta. o/
Ela está na capa da Rolling Stone de dezembro. Bela, poderosa... Mas dizem que a sobrancelha tá meio assim...

Na entrevista, falou sobre como está levando uma vida normal etc.
Tá indo dormir às 9h30 da noite, não sai pra balada e se sente uma velhinha.




Os meninos já estão aprendendo palavrinhas fofas como "stupid", e Preston "says the f-word now sometimes". =O "He doesn't get it from us. He must get it from his daddy. I say it, but not around my kids." Ahhh bom. Direita.

27.11.08

Suri suri suri

Ok, vamos fazer um post fofinho.

A imprensa mundial aaaaaaama a Suri, e nós também. O legal é que a Kate e o Tom não ficam querendo escondê-la e tal, ao contrário de vários famosos por aí. E ela parece estar super okay com os flashes.

Chega de papo e vamos aos awwwwwwwns:


aaaaawwwwwwn

Pro outro lado agora:



awwwwwwwn

25.11.08

Lista para vender!

10 motivos para amar o namoro de Marcelo Camelo e Mallu Magalhães


1) As meninas de 16 anos terão esperanças e esquecerão o cara pentelho do terceiro ano que não liga para elas...
2) Só uma mulher para dar um jeito naquela barba e, tomara, que os homens do mundo percebam o quanto ela incomoda.
3) Músicas mais felizes serão lançadas por ambos! (Mas, vou ter que ressucitar CDs antigos dos Los Hermanos na fossa)!
4) Eles são fofos, vai? Quase uns Ursinhos Carinhosos! (Assista ao vídeo de Janta)
5) Mallu pode virar uma grande cantora na linha do Camelo. E não a Sandy!
6) Sempre tem fofoca na internet! Tchubaruba! Eba!
7) Os meninos que chegaram na pré-adolescência e descobriram que as mulheres são escrotas insensíveis podem acreditar que o amor da vida deles nem foi gerado ainda!
8) Se o blog bombar e virarmos fenômenos da internet, podemos ficar com estrelas do rock! (Já aviso que Axl Rastáfari Rose é meu!)
9) Marcelo Camelo finalmente encontrou quem é mais sentimental que ele!
10) FINALMENTE vão parar de endeusar Marcelo Camelo! O Bono dos Trópicos finalmente vai deixar de estar na boca dos republicanos brazucas, que enchem o saco com o conservadorismo cultural e vai permanecer nas prateleiras e IPods de quem não está nem aí para o que é ou deixa de ser!
Sim! E vão cuidar das suas vidas! Eu, hein... Mania de listas rs*
(eu tenho 16 anos algumas vezes... ; )

TOP 100 RS II

Ainda não deixei meu comentário sobre o ranking da Rolling Stone de novembro e antes que alguém fale que não aproveitamos essa "manancial de críticas"...

First of all: enquanto estamos a nos dilacerar por melhores posições para os nossos cantores favoritos, os editores da revista estão nos States recebendo os parabéns da RS internacional, em uma comemoração com a presença de Barack Obama!


Tá mentira... A questão, pequenos camponeses, é que as listas são feitas única e exclusivamente para causar polêmica, ou seja, para vender (siiiiiiim, capitalismo!). É preciso ser um bocado pretensioso para fazer um ranking e a Rolling Stone pode! Afinal, tem muita gente babando ovo para ela. Tô mentindo?

Para iniciar a análise... Credo! Que palavra horrível! Vamos mudar senão ninguém continua: Para esculhambar a Rolling Stone, deve-se admitir tal premissa: Nenhum ranking é objetivo, ou empírico. Mostre-me um ranking que seja a verdade kantiana (AI DONTI SPIQUI ABAUTI RELIDION) que eu te devoro!

Posso me deixar convencer pela lista por três motivos: ressonância, curiosidade e interesse.

A ressonância baseia-se em explorar o universo do leitor, o que ele já acredita e respeita, e usar como base da argumentação. Em outras palavras, ressonância é chover no molhado. Para exemplificar, tem coisa mais coxinha do que colocar Tom Jobim no topo da lista?

Com isso, a Rolling Stone ganha seu coração. A foto do abre mostra um Jobim tão guty, que logo você lembra que a luz dos olhos meus e a luz dos olhos teus blablablá. Como já explicado pela integrante Darth Vader do blog: anos 60 é um lugar muito seguro! Quero ver colocar no topo da lista alguém dos anos 80 que você ouve enlouquecido dentro do carro na Nova Brasil FM! Bom, e aí as 10 primeiras posições são tão conservadoras que logo se percebe que há um pacto entre os jornalistas musicais (chegamos, inclusive, a conclusão de que eles andam uniformizados pela Vila Madalena, mas isso fica para outro post). E o leitor fica sempre sem palavras quando se trata de bossa nova, afinal o MUNDO parece saber mais sobre o estilo do que ele (afinal, brasileiro que viveu a bossa nova, já não lembra das letras... AAAAAAAAAIIII, maldosa!). Só digo isso para você, pobre mortal, que entender bossa nenhuma, é super normal!

Fim da ressonância. Bóra para a curiosidade ou o post vai ficar gigante.

Curiosidade como todos sabem é aquilo que matou o gato. Estimular a curiosidade abre terreno para a argumentação, pois nela está inserido um desejo de mudança. É como se eu olhasse para a lista e pedisse: me convença! Para ser convencida, eu aceito argumentos que são uma apresentação particular dos fatos, exemplo: O D2 está na lista, poxa! Mas, mantenha o respeeeeeeeeeito... (mágoa, pois eu já desmaiei em um show dele)!

Se eu pensar que o fofo está atrás da batida perfeita, que é uma representação da voz dos morros, que já tocou com Sérgio Mendes e Otto, que isso, que aquilo... Ele é muito bom e merece estar na lista. O leitor da Rolling Stone que já está pregado na parede, aí diz:

"Ah, assim sim!"

E todo mundo fica feliz. O homem separado da obra, pois já não interessa o que ele fez de escroto nos anos de Planet Hemp. Para fazer valer minha opinião, ressalto apenas as características convenientes à minha argumentação (espertinhos...).

Quando há uma coerência entre a personalidade e os atos (quando ele é "O cara") analisados em questão, temos um mito:

"Apesar de você, amanhã há de ser, outro dia..."

(Para entender melhor o conceito de curiosidade, ler também os perfis de Daniela Mercury, Mano Brown e Genival Lacerda).

Último de tudo: o interesse. Nesse conceito reúnem-se os publicitários que sabem que as listas vendem e que querem vender os anúncios gigantes que vão na Rolling Stone, mas também a vontade do leitor de um enquadramento de idéias que lhe seja conveniente e gere uma economia de pensamento. O leitor da RS é alguém que tem que trabalhar, estudar, ler Kafka, assistir ao filme do Meirelles e ouvir todas as centenas de bandas novas que a RS apresenta todos os meses (nem vou dizer o que ele faz nas horas que deixa de ser poser) (AAAAAAAAAAIII, ácida!). Acontece que se a RS poupa ao leitor o trabalho de elaborar uma das milhares de opiniões sobre tudo o que ele tem que ter... Ótimo! Economia de muito tempo útil... Afinal, elaborar um ranking musical? Ninguém merece!

24.11.08

Folhateen – “ Três dicas para escrever sobre música”

Os textos de música são a melhor parte do suplemento adolescente da Folha. (Gosto da coluna 02 Neurônio também, quando elas estão neuróticas). O foco é em bandinhas “que pouca gente conhece”, como já reclamou alguém da nossa sala. Mas é por isso que eu gosto tanto, já que muitas das minhas bandas favoritas eu conheci por aí.

E acredito que esse deva ser um dos objetivos da cobertura musical: trazer coisas novas, música que valha a pena ser conhecida. O jornalismo cultural como um todo procura fazer isso. É claro que se deve ter espaço para quem já é antigo, e é preciso que se dê chance para todos os estilos. Talvez o Folhateen peque um pouco aí.

Mas vamos analisar alguns textos em específico – de números antigos que por alguma razão eu guardei, junto com cadernos Mais! que, assim como nosso amigo Saulo, eu guardo para ler depois e nunca leio.

>> vou ligar o som para tornar o trabalho mais agradável. Ouvindo agora o disco "Moon Safari", do Air.


Coluna Escuta Aqui, de Álvaro Pereira Júnior
26/03/07

Super adequada, ela traz “três dicas para escrever sobre música”, vindas da imprensa inglesa.

1- A crítica feita por Allan Jones, editor-chefe da revista Uncut, ao álbum “Neon Bible”, do Arcade Fire. Apesar de velhinho, Jones continua afiado e com uma bagagem musical ótima. “Com conhecimento de causa, Jones corta a neblina do hype e olha para a música do ultraindie Arcade Fire, de Montreal. O que encontra é um álbum três estrelas (o máxcimo são cinco), ‘que se leva a sério demais para ser levado a sério’”.

2- A reportagem sobre o Kings of Leon, por Ben Scoppa na Uncut de novo. Ela traz um perfil realista da banda, contando que eles são uma boy band inventada por um produtor de Nashville, Angelo Petraglia. Segundo a revista, os irmãos Followill foram empurrados para o mundo da música pela própria mãe e não sabiam nada de rock, tanto que o primeiro disco deles, “Youth & Young Manhood”, foi quase todo composto por Petraglia.

3- A reportagem sobre o Bonde do Role no Observer, “pequeno e simpático texto” assinado por Alex Bellos, “o inglês que mais entende de Brasil”.

Nos textos sobre o Arcade Fire e Kings of Leon, pode-se ver “crítica sem recalques – só com embasamento e informação”. Deve mesmo ser uma das funções do jornalismo que trata de música ir mais a fundo e revelar o que há por trás do sucesso de uma banda. (*Falarei mais disso depois, quando tratar do livro da Rolling Stone) A reportagem sobre o Bonde do Rolê mostra que dá para fazer um texto simpático e favorável sem ter que cair de joelhos pelo artista.


>> "Moon Safari é sensacional". Ouça “La demme d’argent” e “All I need”.

Sobre cobertura musical

Porque nós super gostamos de música, achamos ótimo analisar como é feita a cobertura de shows, e os perfis de artistas e críticas de CDs.

E também porque é fim de semestre e nós precisamos de notas boas, decidimos intensificar nossas análises e abrir o campo para outros veículos, não ficando apenas na RS.

Portanto, preparem-se para mergulhar no maravilhoso mundo da... euh... cobertura musical.



bora

23.11.08

Afinal, diagramar pra quê?


Todo mundo sabe que, para um jornalista, fazer-se entender é fundamental. Saber colocar bem as palavras, falar bem, escrever bem, enfim, se comunicar bem. A boa comunicação, porém, não se resume ao fato do profissional ter um bom texto, no caso da publicação impressa, por exemplo. Assim como a montagem e a fotografia são fundamentais para um filme – além do bom roteiro e de outros aspectos, claro! –, a diagramação é imprescindível para a legibilidade de um texto jornalístico. Sim, a estética, o tipo de fonte, o espaço entre as linhas e letras, a disposição e a organização dos textos fazem toda a diferença na hora da leitura!

Na última edição da revista Rolling Stone Brasil , isso me incomodou (bastante!). Falando como leitora, posso dizer que a revista não é simples de se ler, não possui linearidade alguma. Eu estava lendo (bem feliz e curtindo) uma matéria sobre a Little Joy, nova banda do Amarante (ex-Los Hermanos). A matéria dizia: “O nome do projeto foi inspirado por um bar que ficava próximo à casa dos músicos. ‘Um boteco tipo americano, fechado, com sinuca e música boa’, explica Amarante. ‘A gente roubou o nome de tanto ir lá. Achamos que (...)’”. Ponto final. Meu olhar, um pouco perdido, procura o restante do texto, seguindo a lógica da leitura ocidental, se voltando para o alto da segunda parte da página, dividida em duas. Encontro: “Go Back – Enquanto prepara novo disco, Titãs revê carreira em documentário”. E o que o pessoal da Little Joy acha, afinal????? Eu só descobri na página seguinte. As metades das duas matérias estão na mesma página e, uma página depois, as outras metades das mesmas matérias! Pelo amor! Por que não colocar os dois textos inteiros em uma mesma página? Afinal, são duas matérias e duas páginas, não são? Pra quê dividir a leitura? Não é dinâmico, não é prático, não é legal – mesmo com a informação “[Cont. na página tal]”.

E esse não foi o único caso. Em uma página mais pra frente nesta mesma edição, uma matéria sobre as premiações musicais e o fato de o público ser decisivo na escolha dos premiados é quebrada por outro texto sobre os Helmet (banda de rock que se apresentou recentemente no Brasil) e uma coluna sobre a atuação do Fresno junto ao Chitãozinho & Xororó, no VMB. A continuação da matéria sobre as premiações musicais só vem duas páginas depois, ao lado de outros dois textos sobre assuntos X. Me irritei, mais uma vez!

Essa quebra na leitura não é positiva nem quando as duas matérias tratam de dois assuntos interessantes, nem quando falam de dois assuntos chatos e muito menos quando uma fala de um assunto super massa e a outra de um assunto tosquíssimo! Imagina só ler sobre sua banda preferida e no meio do caminho se deparar com um texto sobre aquela banda que você odeia? No mínimo desagradável, não? O fato é que falta isso na revista! Falta uma boa diagramação! Falta praticidade na leitura! Falta prender o leitor! E isso tudo é bem básico! [Não continua em lugar nenhum].

12.11.08

Visu novo da Wino

Pois bem, aqui estou eu ilhada na USP, enquanto podia estar em CASA, porque esta tarde toda aqui não rendeu NADA. Maaaaas olhemos para o lado interessante da vida. Para o que realmente importa.

Nossa Amy Winehouse mudou o cabelo!!

Vamos por partes.


Ela era aaaaassim:


Daí decidiu ficar loirona:



Então decidiu ficar só assim:




Daí não deu certo e ela voltou ao cabelo clássico


E agoooora...

Tchaan-tchaaan:


Oi tudo joia
Qq6acham?

10.11.08

Top 100 da RS I

O hábito de se fazer listas data desde antes de Cristo, quando um tal de Moisés recebeu as tábuas com os chamados "10 mandamentos". Deus podia ter mandado 11, 12, 15.. mas mandou 10. Ou seja, ele valorou e rankeou.



Desde então, a humanidade tende a fazer listas, a fazer rankings, quem é melhor quem é pior, quem merece estar em primeiro lugar e afins. No mundo do Jornalismo Cultural tal prática se tornou parte de uma técnica de se criar propriedade.

Entenda, toda vez que falamos de jornalismo, falamos de uma tentativa ferrenha em legitimar o discurso. Fazer com que ele tenha mais validade que o do outro, para que o meio seja, dessa maneira, o mais lido, e o mais "verdadeiro". Fechando o campo, na área cultural, temos uma enorme briga entre especialistas [na maioria das vezes é briga de egos!]. Quando um meio se coloca como detentor de poder e conhecimento para conseguir fazer uma lista de 100 maiores qualquer coisa, ou 100 melhores não-sei-o-que, quer dizer que ele tem uma enooorme gama de especialistas para dar o pitaco.

A Rolling Stone americana já fez muitas listas, entre elas a a "100 Greatest Guitarists of all time", em 2003 (em que, inexplicavelmente, George Harrisson ficou abaixo de Jack White do White Stripes!);"500 greatest songs of all times" (em que, cof-cof, os Beatles emplacaram nada mais que 23 músicas!) que foi divulgada em fevereiro de 2004; e, nesse ano, lançou a "The 100 Greatest Guitar Songs of All Time" (Purple Haze, do melhor guitarrista segundo eles próprios em outra lista ficou em 2º; e While My Guitar Gently Wheeps, do 17º guitarrista, ficou em 7.Me diz se entende isso de hierarquia?!).

A brasileira está seguindo a sua mestra, e, com apenas 2 aninhos de idade já ostenta algumas listas, como a dos "100 maiores álbuns da música brasileira" no ano passado, e este ano, surgiu com .. TAH DAHH.. Os 100 maiores artistas da música brasileira, na edição de aniversário, em outubro.

Existem muitos comentários a se fazer sobre essa lista, por isso, dividirei esse post em vários "pequenininhos" (e, não, não é para fazer número, Rosana!). Então, neste post, falemos sobre porcentagem! De um rótulo, coloquei outros, ou seja: dividi os 100 "maiores" entre 12 gêneros: MPB, Samba, Soul, Rock, Erudita, Sertanejo, Axé, Funk, Pop, Forró, Hip-hop e Experimental(instrumentistas que misturaram vários estilos, por isso, não podem ser enquadrados em apenas um rótulo).



O resultado foi [por ordem de grandeza] : 27% de MPB, 24% de Samba, 18% de Rock, 13% de Pop, 8% (!!!) de Experimental, 2% de Forró, 2% de Soul, 2% de Hip-Hop, 1% de Funk, 1% de Axé, 1% de Erudita (palmas para Heitor Villa-Lobos, o único desse meio na lista!), 1% de Sertanejo e 1% de Funk.

Sem dar nomes aos artistas já se tem uma imagem da lista. Não preciso falar quem está em primeiro lugar, ou quem está em último. O rosto da "Música Brasileira" na opinião da Rolling Stone está aí, estampado. E, diga-se de passagem, não é o mesmo perfil de "Música Brasileira" que se toca nas rádios!

Mas, como já dito em um post antigo, a Rolling Stone escreve para um público. E, para este público, a música brasileira significa: Chico Buarque, Caetano Veloso e Tom Jobim. E, para falar a verdade, não são tão mals exemplos da nossa música! Por que Calypso não está na lista? Por que, Leandro e Leonardo não estão? Simplesmente porque estes não tem apelo para o público da revista.

Metonímia, é a figura de linguagem que fala sobre a troca de uma parte pelo todo.Listas são metonímicas, não quero discutir aqui qual é a validade disso em técnicas discursivas, ou em formas de se criar um recorte de mundo. Mas elas só o são porque há um público com o pensamento igualmente metonímico. Um público que adora valorar, rankear e seguir listas.

Ahh..se os 10 mandamentos tivessem sido públicados na Rolling Stone. O mundo seria muuuito diferente!