Os textos de música são a melhor parte do suplemento adolescente da Folha. (Gosto da coluna 02 Neurônio também, quando elas estão neuróticas). O foco é em bandinhas “que pouca gente conhece”, como já reclamou alguém da nossa sala. Mas é por isso que eu gosto tanto, já que muitas das minhas bandas favoritas eu conheci por aí.
E acredito que esse deva ser um dos objetivos da cobertura musical: trazer coisas novas, música que valha a pena ser conhecida. O jornalismo cultural como um todo procura fazer isso. É claro que se deve ter espaço para quem já é antigo, e é preciso que se dê chance para todos os estilos. Talvez o Folhateen peque um pouco aí.
Mas vamos analisar alguns textos em específico – de números antigos que por alguma razão eu guardei, junto com cadernos Mais! que, assim como nosso amigo Saulo, eu guardo para ler depois e nunca leio.
>> vou ligar o som para tornar o trabalho mais agradável. Ouvindo agora o disco "Moon Safari", do Air.
Coluna Escuta Aqui, de Álvaro Pereira Júnior
26/03/07
Super adequada, ela traz “três dicas para escrever sobre música”, vindas da imprensa inglesa.
1- A crítica feita por Allan Jones, editor-chefe da revista Uncut, ao álbum “Neon Bible”, do Arcade Fire. Apesar de velhinho, Jones continua afiado e com uma bagagem musical ótima. “Com conhecimento de causa, Jones corta a neblina do hype e olha para a música do ultraindie Arcade Fire, de Montreal. O que encontra é um álbum três estrelas (o máxcimo são cinco), ‘que se leva a sério demais para ser levado a sério’”.
2- A reportagem sobre o Kings of Leon, por Ben Scoppa na Uncut de novo. Ela traz um perfil realista da banda, contando que eles são uma boy band inventada por um produtor de Nashville, Angelo Petraglia. Segundo a revista, os irmãos Followill foram empurrados para o mundo da música pela própria mãe e não sabiam nada de rock, tanto que o primeiro disco deles, “Youth & Young Manhood”, foi quase todo composto por Petraglia.
3- A reportagem sobre o Bonde do Role no Observer, “pequeno e simpático texto” assinado por Alex Bellos, “o inglês que mais entende de Brasil”.
Nos textos sobre o Arcade Fire e Kings of Leon, pode-se ver “crítica sem recalques – só com embasamento e informação”. Deve mesmo ser uma das funções do jornalismo que trata de música ir mais a fundo e revelar o que há por trás do sucesso de uma banda. (*Falarei mais disso depois, quando tratar do livro da Rolling Stone) A reportagem sobre o Bonde do Rolê mostra que dá para fazer um texto simpático e favorável sem ter que cair de joelhos pelo artista.
>> "Moon Safari é sensacional". Ouça “La demme d’argent” e “All I need”.
1 Responses (Leave a Comment):
Gostei sobretudo da parte que você escreveu do Arcade Fire. É mesmo isso, cara! Eles fazem música boa pra caramba... Como prêmio deixo aqui dois dos meus vídeos preferidos deles, de "Neighborhood #2 (Laika)" e "Neighborhood #3 (Power Out)":
http://cotonete.clix.pt/quiosque/artistas/videos.aspx?id=9823
Post a Comment