Quando o assunto é música e cobertura jornalística, a dúvida (no título) fica no ar. Foi lendo uma matéria no site da Rolling Stone Brasil, sobre o Grammy Awards que resolvi pensar melhor sobre o assunto. O título dizia: “Coldplay tem sete indicações ao Grammy”. Abaixo, a linha fina afirmava: “Banda de Cris Martin está atrás do rapper Lil Wayne (foto), com oito indicações”. Se Lil Wayne ganhou mais indicações, por que foi a banda inglesa que ganhou mais destaque?
Falando um pouco melhor sobre cada artista e suas realizações neste ano, Lil Wayne é cantor de rap, natural dos Estados Unidos e foi o artista que vendeu mais disco em 2008, com o álbum “Tha Carter III”. Além desse feito, ele recebeu o prêmio de Melhor Artista de Hip-Hop/Rap do Mundo no World Music Awards, também este ano. Os caras do Coldplay lançaram o álbum Viva la Vida, quarto disco da carreira do grupo, e apesar de terem vendido milhares de cópias, Wayne vendeu mais.
Mas não é esse artista que interessa a revista. Ela não quer saber do artista que o mundo mais ouve, mas aquele que mais interessa aos seus leitores. Sim! A RS é uma revista elitista e seu público não escuta Rap. Como um processo de retroalimentação, a RS não escreve sobre rap, porque seu público não escuta rap e seu público não escuta rap, nem nunca vai escutar, porque a RS não escreve sobre rap.
Acho que jornalista tem que trazer novidade ao leitor, não falar somente sobre aquela banda que seu público já conhece! Mas, nesse caso particular, a Roling Stone pecou pela parcialidade explícita. O título falava sobre o Coldplay, mas o primeiro parágrafo falava sobre o Lil, assim como o segundo. Os rockeiros só foram citados novamente no terceiro parágrafo e muito brevemente.
Analisando as mesmas matérias, em diferentes publicações como o Estadão Online, a Agência Reuters e a Folha de S. Paulo, a gente vê que dá pra ser menos parcial, mesmo tendo que seguir a linha editorial e respeitar aquilo que leitor quer saber.
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