20.5.09

Da mania de classificação

Já parou para pensar em como as pessoas organizam suas músicas no computador? Ou como estão dispostas no IPod, ou em CDs? Eu, que sou completamente louca por classificações, teria um objeto de estudo místico muito maior que o horóscopo:

- Você é do signo que organiza por álbuns de artistas!

- Não gosto de gente que organiza por artistas. Costumam ser irresponsáveis no trabalho!

Acho que nunca vou me cansar de imaginar o que se passa na cabeça das pessoas que organizam a playlist de forma diferente da minha... By the way... Eu adoro pastas, e elas são divididas em estilos musicais, algumas vezes mais de um, pois eles me transmitem a mesma coisa, e outras, que são as mehores, são divididas em inspirações...

Odeio muitas divisões, acho completamente anormal! E difícil de lidar... Então, aparecem umas coisas muito engraçadas na pasta “Rock”, por exemplo, pois não defino vertentes do rock... Acho que rock, para mim, tem mais relação com uma atitude rock’n roll... Nessa pasta eu ouço de Cansei de Ser Sexy a Rolling Stones...

Quando surge uma coisa muito improvável de ser classificada, ela fica de fora das pastas por um bom tempo, até que eu encontre um lugar para colocá-las... Engraçado que Duffy, mesmo numa vibe meio R&B, não vai para a pasta “Black Music”, pois ela não me passa a mesma vibração que as demais músicas da pasta! Além de Duffy, fora da pasta também está o Santa Esmeralda, com aquela coisa latina toda que eles tocam...



Oi?
Aqui vão as minhas pastas e um preciosíssimo de cada uma para compartilhar!

Samba e Pagode: Saudosa Mangueira – Alcione e Velha Guarda da Mangueira (DVD Casa de Samba)

“Já não se samba mais a luz do lampião”

Rock Bru: Hang Me Up To Dry – Cold War Kids (Robbers & Cowards)

“All mixed up in the wash, hot water bleeding our colors…”

Pop Bru: Who Knew – Pink

“I’ll keep you locked in my head, until we meet again…”

Forró e Reggae: Saudade de Itaunas – O Bando de Maria

A mais perfeita das músicas do forró universitário, com a melhor das bandas! (Lembra meu aniversário de 19 anos no Canto da Ema com O Bando de Maria tocando...)

“Sem saber para aonde ir, sem saber onde ficar, eu encontrei um lugar para me encontrar...”

P.S. I Love You:
Warwick Avenue – Duffy

“All the days spent together… I wish for better, but I didn’t want the train to come…”

MPB Bru: Último Grão – Isabella Taviani (DVD ao vivo)

“Palavras que falávamos simultaneamente. No meu ouvido, o seu discurso indecente”

Funk Bru (achou que ia faltar, hein, hein?!?!?): Pelotão da Xuxa – Xuxa
Para aprender a dançar (eu já sei!!)

Para se mijar de rir

“Nanananananananananananananana”

Black Music Bru: Doo Wop (That Thing) – Lauryn Hill

“Girls, you know you’d better “watch out!”… Some guys are only “about”…”

Balada Bru: Bizarre Love Triangle – New Order

“There is no sense in telling me… The wisdow of a fool won’t set you free”

Beach Music: Diamonds On The Inside – Ben Harper

“When you have everything… You have everything to loose”

Tenho algumas outras preciosas vergonhas e achados e a pasta "Sertanejo" ainda é muito primária, inclusive vou apagar algumas músicas, mas ainda compartilho novamente, com outro estado de espírito, maybe...



kisscallme!

9.5.09

Dadá

Numa das minhas aulas de História da Arte, o professor falava sobre o Movimento Dadá. Para quem não conhece, foi aquele preconizado por Marcel Duchamp, no começo do século XX, quando este queria acabar com a visão sublime e idealizada de arte, e colocou um urinol como posto de "obra de arte".

O que que ele quis dizer com isso? Bem, Duchamp e outros artistas dadaístas queriam criar a "arte-não-arte", então, se vc chegasse pra esse francês, e chamasse o Urinol de "grande obra de arte", ele iria, no mínimo, cuspir na sua cara. Os "ready-mades" [como o próprio Urinol] não deveriam ser expostos em galerias e museus, muito menos, deveriam ser comprados em leilões. Saca? O pensamento dos dadás era que tudo era arte, para que, dessa forma, nada o fosse.


Por que não deu certo? Bem, o estilo foi absorvido pelo mercado das artes.E é aí que eu quero entrar, quem decide o que é bom e o que não é? Quem decide? Na aula, fiquei atônica ao descobrir que existiam pessoas, mesmo, que decidiam. Os marchands, os donos de galeria, os críticos de arte (óis nóis aí, gnt)... E o público, na verdade, apenas observa e compra, não tem uma opinião verdadeiramente própria. Até porque, a ideia de arte que o público tem, é aquela que foi dissipada por este tal "mercado das artes". Os chamados cânones.

Isso soa familiar com o mundo da música? Para mim, pelo menos, soa familiar até demais. Quem decide que banda é boa? Que música é ruim? Que moda é brega?

Fiz um post mais abaixo com as minhas "vergonhas musicais", só depois fui muito pensar sobre isso. Quem disse que teriam de me envergonhar? São musicas que, para mim, significam algo. Que, para mim, são boas. Não devo me envergonhar por elas, muito menos colocá-las de maneira inferior às outras músicas.

Lógico que para mim uma música pode ser melhor que a outra, sem que ela seja, necessariamente, feita com uma técnica mais apurada. O contrário pode acontecer também.

Mas aí que está a beleza das artes - e falo isso de maneira geral, porque vale para todas elas - ter o poder de significar algo independente da forma como é feita. Ter o poder de tocar, de transmitir uma ideia [ou várias] no momento que é olhada/escutada/observada. O poder sublime de inspirar!


E, de verdade, nenhum crítico de arte tem a ver com isso.

Talvez seja isso que quero dizer com este post tão grande e circular. Ninguém pode te dizer, leitor do Amplifika, o que é bom, ruim, brega ou cool. Nem a Rolling Stone, nem a MTV, nem seus amigos, nem a gente. Se você quiser escutá-los (ou nos escutar), tenha sempre em mente aquilo que gosta de verdade, e as suas opiniões.


Cânones, rótulos, ideais, opiniões. Crie os seus, para que eles façam sentido.

É exatamente isso que os dadás queriam, mas falharam miseravelmente na tentativa. Tudo pode ser arte, basta o olhar de cada um.




PS:Ilustram este Post:


(1) "A Fonte"(1917), de Marcel Duchamp



(2) "O Chamado de Matheus"(1599-1600), de Michelangelo Caravaggio



(3) "No Moulin Rouge" (1892-1895), de Henri Toulouse-Lautrec



(4) "Quadrado preto" (1915), de Kasimir Malevich



Os últimos 3 quadros me inspiram, e muito. Todos no roll dos meus preferidos. Como podem ver, o sublime pode ser diferente!





4.5.09

Minhas músicas do momento

Começo a transformar este blog em um lugar para listas. E este hábito não está me deixando muito feliz.Já que nunca fui lá fãs de listas feitas sem nenhum tipo de metodologia, ou pelo menos, alguma metodologia que valha a pena ser repetida.

De qualquer forma, tem algumas músicas que escuto no momento, que valem a pena ser comentadas. Bem como seus clipes.

Falando em clipes. Você tem visto MTV nesses dias?! Nesses tempos?! Pois é, nem eu. Acredito, de verdade, que não foi a MTV que mudou, fui eu. Por isso, não consigo mais aguentar a programação pseudo (-cult; -politizada;-rocker;-alterna ..coloquem o que quiser na frente do pseudo, que dará certo). Tenho uma teoria, inclusive, que casa bem com outra sobre posers e tr00´s aos 15 anos.

Então, a MTV é uma rede de TV feita para para pessoas de 13/14 anos que querem ter 19/20, mas se contentam com um conteúdo, e uma linguagem de 16/17. Triste, principalmente no caso das rotulações e tudo mais. Mas não estou aqui para falar sobre isso. To aqui para falar de alguns clipes-do-momento-para-mim:

1. Pink - Sober
Este clipe foi gravado na Suécia, em Estocolmo, se não me engano. Tava frio, e toda a equipe dele era sueca. Inclusive o diretor, cujo nome me esqueço no momento.
O sombrio do vídeo combina com a música, e tem uma sacada fantástica de egocentria, que é a Pink dando uns....amassos...nela mesma! A música é de um tema pesado.
[Atente à parte da floresta, que poderia fazer parte de um clipe, bem feito, de metal. Não pergunte como sei de clipes de metal, by the way]

2. Britney Spears - If you seek Amy
Referências a Marlyn e aos anos 50. Principalmente com a roupa dela. Gostei do fato de zoar o American Way of life. A torta e a roupa que ela usa, em contraste com os dançarinos. Algo meio...Wisteria Lane!

3. Franz Ferdinand - No You Girls
Tendência de Franz! Sempre mostrando que estão antenados nos mundos artísticos , fashion e musical. Coisas que mostram desde o primeiro clipe deles, Take me Out e a total referência ao construtivismo soviético - pq se eu falar russo, sei de pelo menos 1 pessoa que irá reclamar (e às colagens - cubistas - e- soviéticas). Nesse clipe, tem umas modelos doidas, dançando e passando na frente da banda, enquanto luzes de várias cores passam. Essa música, inclusive , tem umas pegadas mais eletrônicas, coisa do novo cd deles.

4. Lady Gaga - Just Dance
Pop! Dançante! Gay! Adoro! Prontofalei!!
[E a roupa dela é fashion e tendência!]

Gentxem, é isso!
Ou quase!

Se tiverem clipes para me indicar, por favor, passem. E passem as explicações.

Afinal, musica pode e deve ser ...visual!